sexta-feira, 31 de julho de 2009

Eu vou escrever um livro

Eu vou escrever o livro mais melo dramático, aquele em que se derrama lágrimas do começo ao fim;
Vou escrever um livro que conte da minha pequena grande história;
Vou escrever um livro em que eu me encontre;
Vou escrever um livro, onde eu possa contar tudo o que eu quero;
Vou escrever um livro pra mim, e para quem quiser me conhecer;
Vou escrever o livro da minha vida;
Vou escrever a minha vida no livro;
Vou fazer desse livro a minha vida.

domingo, 26 de julho de 2009

Sofrer por amor: lixo ou luxo?

Outro dia me perguntaram como se cura dor de amor. Ah, gente, não sei. Realmente não sei. Me desculpem. Se existisse fórmula seria fácil. Mas não tem. E a única coisa que a gente não quer saber é de fórmulas quando o coração está em pedaços. Não adianta alguém falar "vai passar" porque a única resposta que me vem nessas horas é uma pergunta: QUANDO? E ninguém sabe o tamanho do tempo e a gente acha que o mundo acabou, que o amor é marketing, enxerga qualidades onde a pessoa (aquela ingrata!) não possui e se vê num questionamento interior que não tem fim (e muito menos respostas): por quê? Onde errei? E outras que nem preciso enumerar porque são sempre as mesmas. Só muda o objeto do amor e a intensidade do sentimento. Você pode ter conhecido a pessoa há uma semana mas tem certeza que é o amor da sua vida, a razão de tudo, a tampa da sua panela. Ah, então tá. E as amigas te consolam, a maquiagem borra e todo mundo come chocolate junto, enquanto a frase que mais odiamos ecoa no ar "se o sujeito não te quer é melhor você ficar sem ele". Ai, hora do choro aumentar! Pra amenizar, alguém diz que a atual do cara é uma sonsa. Han? Como assim? Você vai dizer: antes tivesse me trocado por alguém melhor do que eu! Estou certa? Pois é. E você sofre. Faz drama. Drama, não, dramalhão. Afinal você ama aquele filho-da-mãe de uma figa que deixou seu orgulho ferido e sua auto-estima no chão. E a gente esquece os defeitos dele, esquece que ele tem manias estranhas e esquece também que, no fundo, não via muito futuro pra vocês dois. Verdade? Não, nessas horas nada é verdade. Sofrer por amor cega, dá uma super inspiração e deixa nossas mães preocupadas, essa é a única verdade. Eu já tomei pés-na-bunda consideráveis e acho que se a Jeniffer Aniston pode, quem sou eu pra fugir da regra. Já me disseram NÃO e nem por isso sou menos inteligente, menos legal, menos louca, menos linda, menos tudo, menos nada. A única coisa que tenho certeza é que eu NÃO ERA a pessoa certa pra aquele cara. Pelo menos naquele momento. Olha que simples. E sem aquela teoria furada de que o moço tem medo, algum trauma de infância e signo complicado. Quando a gente quer de verdade - meninas, acordem! - a gente vai até o inferno, desfaz casamentos, paga pra ver, apela para a baranguice e canta "Baby, come back" debaixo da janela. Porque o amor é brega. E disso ninguém escapa. Então, vamos aproveitar nosso minuto de lucidez (enquanto não caímos na teia do amor de novo) e aprender de uma vez por todas: não é pra gente se achar um lixo quando um amor acaba. Não é pra gente imaginar que a atual do seu ex é perfeita (acredite: elas nunca são). E definitivamente não é pra gente confundir orgulho ferido com amor. Afinal a gente não vai amar uma pessoa que não ama a gente. E ponto.

p.s: o sofrimento é inevitável, mas o luxo é opcional.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

a verdade sobre a realeza alienada


"Ela não tinha dó. Dentro de sua angelical aparência infantil estava contido um mal sem tamanho, de tal intensidade que chegava a mudar a cor dos olhos da bela criança. Ao contrário de todos no reino, até mesmo no castelo, ela não tinha cabelos loiros, e olhos azuis da cor do céu. Sua pele era branca, quase pálida, seus cabelos pretos como a noite, rebeldes e lisos, com pontas para todos os lados, quase como se tivesse vida própria, e olhos de bixo, pretos por completo, sem cor, sem piedade nem expressão. Era uma criança ruim!



Vestia-se de preto todos os dias, suas criadas tinham as bocas costuradas e queimadas a ferro quente, como um selo, para que nunca pudessem contar nada do que viam e sabiam, nem dar opiniões, nem reclamar e muito menos sair em público, tamanha seria a repulsa que os outros sentiriam daquelas feridas horríveis. Seu mordomo, assim como sua cozinheira, eram cegos. Foram cegados com pontas de agulha, para que nunca fossem capazes de tentar envenenar a garota ou armar qualquer tipo de rebelião.Semanalmente ela mudava a ordem os móveis de todos os cômodos do castelo e nunca dormia duas noites seguidas no mesmo quarto.



Era uma criança esperta, não gostava de dar chances para o azar, não tinha medo de nada e vivia desafiando a morte de várias maneiras. Quando ainda bebê, teve sua alma vendida ao Diabo e nunca se sentiu triste ou brava por isso. Viviam em perfeita harmonia, precisavam e agradavam um ao outro, eram como duas almas em um corpo só. De dentro daquele corpo não saia muita coisa boa, não para gente humana como ela. Em compensação, sempre amou os animais, nunca matou uma mosca sequer e deixava todas as janelas do castelo abertas, até mesmo durante a noite ou em dias de chuva, para que os pássaros pudessem se refugiar.Calçava seus sapatinhos, vestia-se com sua roupa preta, seu manto real feito de pele humana tingida de preto e passava a caminhar pelos corredores do castelo. Os criados que não tinham olhos, mas tinham boca, curvavam-se na direção dos passos, abaixavam a cabeça e diziam em tom cortês:



- Muito bom dia, Menina Rainha! - diziam eles, com sorrisos nos lábios.

- Muito bom dia! - respondia ela, que mesmo sendo má, nunca deixava de ser educada.



Os que não tinham bocas, como as camareiras, arrumadeiras, escravas de dentro e ajudantes, simplesmente fechavam os olhos, curvavam o corpo para frente e estendiam as saias, cruzando o pé esquerdo atrás do direito. A jovem criança sorria e acenava com a cabeça, como quem cumprimenta cada um à maneira que a cumprimentavam. Quando sentava-se à mesa para as refeições, fazia questão de que todos os seus empregados ficassem na outra ponta da mesa, de pé, todos de costas para ela. Assim, não corria o risco de ser atacada por trás, ou dar chance para que eles se organizassem.Mesmo com todo esse esquema rígido, os empregados trabalhavam felizes e havia uma centena de camponeses que desejavam trabalhar no castelo para a Menina Rainha. As criadas, que tinham as bocas costuradas, se alimentavam apenas de líquidos, por um canudo que adentrava um pequeno buraco que era deixado de fora dos pontos. Por conta disso, morriam logo e eram constantemente substituídas. Os homens, que tinham os olhos furados, também se amontoavam para trabalhar no castelo e havia aqueles que furavam os olhos sozinhos, em busca de terem uma maior chance de conseguirem uma vaga. Não era raro o caso de homens que caiam das escadas, caiam no fosso do castelo ou eram atacados por animais selvagens e morriam.Os humanos eram objetos ali, ferramentas que são trocadas quando dão defeito. O motivo para haver tanta gente interessada neste sofrimento era muito simples: vida boa depois da morte. Construído em pedras pretas e cravado no monte mais alto do reino, o castelo era uma espécie de portal para o inferno, cuja entrada ficava sobre a torre mais alta da construção. No céu, ao invés de nuvens e céu azul, existia uma espécie de espiral eterna, de fogo e carvão, que girava constantemente como um redemoinho de cabeça para baixo, e dali vinha toda a maldade da garota. Na "Torre Extrema", como era chamado o último ponto do castelo, não havia telhado e todo cadáver que morria a serviço da Menina Rainha era levado para lá à noite. No dia seguinte o corpo não estaria mais.A lógica é que depois dali ele seria levado para o inferno a alma seria separada da carne, que serviria de alimento para o Diabo, em troca disso os espíritos gozariam de uma vida de fartura, mulheres para os homens, criados e luxo para as mulheres, comida e bebida a vontade e em abundância, todo o conforto que se pudesse imaginar e, tudo isso, para toda a eternidade. Diante da promessa, a dor de conseguir entrar no castelo era um preço baixo a se pagar.



Neste ano a Menina Rainha fará 15 anos, e deverá se casar. Seu marido deverá se submeter a qualquer tipo de exigência, e sabe que poderá ser assassinado a qualquer momento. O homem não se tornará rei, seu posto será meramente ilustrativo, e terá apenas a função de procriação. Ele não levará uma vida diferente dos outros criados no castelo, a não ser por algumas diferenças, como roupas reais, terá boca e olhos saudáveis, vai fazer as refeições junto com a rainha, terá direito a alguma parte do reino, caso deseje se mudar do castelo e o principal: será o portador da Medalha de prata da suprema crueldade.Essa medalha é o que garante a ligação do Diabo com a jovem garota, e depois do casamento ela vai engravidar, tem um filho e morrer. Esse é o ciclo de vida de uma jovem rainha, e o Rei será obrigado a cuidar da criança, que o Diabo se encarregará de fazer nascer menina. Quando fizer 5 anos de idade, a jovem princesa reivindicará o trono, e se o rei se negar, será abduzido, ainda vivo, pelas forças do mal. Caso entregue a medalha de bom grado para sua filha, será poupado, porém deverá ir embora do reino e, obviamente, será cegado.A posse da medalha, assim como o privilégio supremo de poder, por uma noite, possuir a carne virgem da Menina Rainha, será disputada em um torneio. Qualquer homem do reino poderá participar, o vencedor será aquele que conseguir sobreviver ao desafio. Em uma arena, montada no centro do castelo, 15 homens vão se degladiar até sobrar um. Depois disso, outros 15 serão convocados até sobrar um vencedor. No final de todas as quinzenas de guerreiros, os vencedores deverão escalar uma montanha e o primeiro que chegar ao topo será o novo Rei. Este, antes de passar sua medalha para a herdeira, poderá desfrutar de todo o luxo e riqueza que puder imaginar, desde que cuide da criança.Pois bem... eu estou no primeiro grupo de 15, tenho plena convicção de que vou ser sobrevivente e, quem sabe, poderei portar a medalha em meu pescoço e, quando for a hora de me desvencilhar do colar, levarei a jovem rainha comigo, para mudar toda a história dessa merda de lugar. E aqui vai um aviso:



"Menina Rainha. Teu reino, reinado e coração serão meus! Ao contrário do que você pensa, ou já viu acontecer, eu serei o primeiro a te olhar nos olhos e falar pela minha própria boca:- Muito bom dia, Menina Rainha!Manda teu escrivão anotar o que eu digo... manda mesmo!" "
(Não é de minha autoria)














terça-feira, 21 de julho de 2009

Como uma Deusa


Hoje eu estou sentindo o mundo sobre as minhas costas. Porque quando eu estava do teu lado eu me ssentia o filho de Zeus com uma mortal e nada é capaz de me vencer. Mas quando não estou, qualquer força que não seja do bem me traz uma imensa tristeza que eu não entendendo bem de onde vem, mas eu sei que fica e cria raízes fortes do meu lado de forma a não querer ir embora mais. E eu sinto o mundo em minhas costas. Porque parece que Dalila cortou meus cabelos e levou junto com eles minha força, minha vontade e minha esperança. Sim, aquela mesma esperança sem a qual não poderia nunca viver. Porque os Deuses deveriam estar loucos quando te levaram pra longe de mim... Ou ainda... Quando inventaram que o amor não vence tudo. Mas você há de voltar logo, para provar que quem tava certo era Friedrich Nietzsche quando disse:"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar para atravessar o rio da vida – ninguém, exceto tu, só tu"

"Eu continuo porque a chuva não cai só sobre mim"

Eu estou melhor do que pensei que estaria, a sua falta já não me consome como a duas semanas atraz.
Você me disse para fazer tudo o que eu sentisse vontade, eu estou experimentando essa liberdade, e está me fazendo bem;
Sozinha não dá, a solidão sufoca, aperta, a saudade entra e assim eu me auto destruo, estou apoveitando a minha vida sem você, do meu modo não muito social.

Ontem, quando você me ligou, me deu vontade de falar tudo o que eu estava fazendo "querido, agora sim eu estou curtindo, no final de semana, enchi a cara, beijei uns 4, fui pra balada, furei meu nariz, coloquei aquela saia que você odeia, e me diverti muito, você não me queria mais, mas eu aposto que estou melhor do que você agora"
lógico que eu não falei, porque é mentira, pq na verdade os programas mais agitados que eu ando tendo é cinema com a amiga que acabou de levar um fora, festa julina sub 10, lanche com outra amiga também doente de coração, e rolê com outras 3 amigas que pra varia também sofrem pelo mesmo mau que as outras. E eu sinto sua falta todos os dias, eu penso em você 23 horas por dia, como me dizia.

Mas graças a elas, eu tenho um momento de tranquilidade e paz no meu dia. Eu já nem lembrava o quanto é bom ter amigos nessa intensidade.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O olhar dela e o seu olhar.

Hoje eu sonhei com a sua mãe, e não, eu não estava dormindo.
Estava na cama com uns 4 livros em volta ( é o que tem sido minha única companhia ).
Eu tava lembrando, pensando, sonhando, ou o que você prefirir,
da sua mãe, do olhar da sua mãe, de como ela é bonita, de como é o olhar dela para o seu pai, de como você tem orgulho do amor que vivenciou todos esses anos.
Ela olha para seu pai, do mesmo jeito que eu custumava te olhar. Dava pra ver o amor transbordando só atravez do olhar dela. Era de dar enjôo.
Desde que eu a conheci ela passou a ser um exemplo para mim, sua simplicidade sua felicidade de ter construído a família mais bonita que eu já vi. Ela me transmiti paz.
Eu sei que você não vai concordar, mas eu acho que sei porque eu admiro tanto a sua mãe.
Você é mais parecida com ela do que imagina, o seu olhar para mim é igual o dela, sua beleza é igual a dela, o seu caráter, o seu sorriso e tantos outros mínimos detalhes.

Quando sua mãe e seu pai andam de mãos dadas, parecem dois adolescêntes em seu primeiro dia de namoro, mesmo depois decádas. E se podessem viver séculos continuariam do mesmo jeito.
Eles nasceram um para outro. Não há quem possa negar.


Se um dia eu casar eu quero ser igual a eles.

terça-feira, 14 de julho de 2009

o começo do fim;


Sim eu fui covarde. Sempre tive uma legado em nossas brigas: "pode falar o que você quiser, mas olhe nos meus olhos enquanto fala, não seja covarde e esteja pronto para ouvir minha resposta". Eu me trai, não tive coragem de olhar nos seus olhos, e fraquejei, prendi a respiração porque eu sabia que quando sentisse sua essência ,seu perfume eu não aguentaria. De qualquer modo, eu não aguentei. Talvez eu devesse te abraçar naquele momento. Talvez não precisasse acabar agora. Talvez sim.


Segurei o choro, enquanto ouvia a voz que por mais de dois anos me trazia paz e segurança, ouvi as palavras que eu mesma já me peguei ensaiando pra te dizer, mas que quando chegava na hora eu me perdia no seu olhar e não mais raciocinava. Machucou , como nunca havia antes.
O meu menino me dizendo tudo aquilo. Como eu poderia estar acomodada? Talvez viciada, dependênde mas não acomodada.

Eu detesto admitir, mas é incrível ! No final, você sempre está certo. SEMPRE!

Vou sentir saudade de cada pedaço seu, de cada detalhe que você deixou em mim e na minha vida, nas nossas vidas.

Tudo que eu faço me lembra você;

Quando eu falo, lembro o jeito com que você usava as palavras, porque eu o imitei;
Quando eu arrumo o meu quarto, e vejo o anel, a aliança, os ursos, as fotos, as cartas que me fizeram suspirar de amor, são as mesmas que hoje me sufocam;
Quando eu molho as plantas, eu vejo o lugar onde possivelmente estaria a sua bicicleta;
Quando estudo piano, eu lembro daquelas aulas que eu já te dei um dia;
Quando eu como, eu lembro do seu almoço;
Quando eu vou ouço música, eu lembro de como gostávamos de cantar, as nossas músicas;
Quando eu pego o meu violão, eu lembro que como eu gostava de te ouvir tocar pra mim;
Quando eu lavo louça, eu lembro dos dias em que eu lavava na sua casa;
Quando eu me arrumo, eu lembro das roupas que você gostava que eu usasse,
Quando eu ando, eu lembro do jeito que você caminhava, algo que eu sempre achei graça;
Quando eu olho no relógio, eu lmbro que aquela era a nossa hora no dia;

Eu lembro de como você acreditava em mim, e de como nunca me deixava desistir

Eu lembro de você a cada batida do meu coração.

Sinto falta, de você entrelaçando seus dedos envolta da minha cintura, sinto falta do jeito que você mechia no meu cabelo, e de como você não se cansava de beijar minha barriga.

Sinto falta da sua língua meio enrolada, e do jeito de como você se preocupava comigo.
Sinto falta de você e da nossa história.























segunda-feira, 13 de julho de 2009

Deixar o pensamento fluir

Foi proposital. Dolorosamente proposital. Como se eu quisesse cutucar o buraco no meu peito com coisas que eu sabia que ia machucar, só pra ver no que daria, só pra sentir a sensação da dor latejante.
Eu não me contive nem me detive, deixei meu pensamento livre e desde o momento em que abri os olhos de manhã eu decidi, hoje não vou me privar de nenhum pensamento que me leve até você.
E assim o dia começou, sorri um sorriso torto de canto de boca e pulei da cama; cantarolei baixinho uma música carregada de lembranças, atrelada à imagens só pra ver se eu havia esquecido os cheiros e cores. Nostalgicamente, comecei meu dia como em mundo paralelo, cheio de fantasias. Foi bom.
Vi uns significados em coisas banais que antes não havia enxergado.
Eu simplesmente desisti de derrotar a lembrança, a saudade me aperta e dói, e eu preciso fazer algo pra amenizar a dor. Te resgatando em minhas lembranças, estou tentando me ajudar a colocar um sorriso nos lábios, mesmo que seja superficial, uma alegria dolorosa. Além disso, eu preciso só ter a certeza de que foi real, e que um dia você esteve aqui perto de mim. Tendo essa certeza, eu tentarei seguir e me desprender.
Não quero deixar o torpor me invadir de novo.Se a dor não me matar, eu ficarei mais forte, não é assim o jogo? Eu estou disposta a seguir meu caminho depois que provar o gosto dessa sensação.Eu quero é fechar esse buraco, que tem suas medidas.Eu quero respirar aliviada e voltar aos meus suspiros bobos ao mesmo tempo que eu quero que isso não acabe.Eu quero é preencher esse vazio estrutural, com sua presença.Eu quero deixar de contradição e seguir por um único caminho.Mas dizem que na vida nunca se trilha uma linha reta, e os caminhos que me levam até você estão meio obstruídos. Eu pego um atalho e nesse caminho eu vou buscando ouvir sua voz pra guiar meus passos escuros.Eu devia ter quebrado todos os relógios pra impedir que a mão do tempo passasse quando você esteve aqui, eu deveria ter parado o tempo naquela hora.Só assim eu evitaria que essas lembranças viessem me invadir a mente, fazendo com que eu vacile, gagueje e fraqueje.Ao final do dia, eu ainda sinto alegria. A solidão me acompanha lado a lado, mas eu não a ouço mais sussurrar no meu ouvido. São tentativas vãs de me preencher superficialmente, eu prefiro não largar minha esperança.O sono chega e só essa noite eu não quero sonhar.Amanhã vou pensar melhor, e creio que depois de hoje, um parte de você em mim - e eu não sei o poder dessa parte - deu um suspiro.

Reconstrução

Eu liguei o som, tocou uma música qualquer. A canção que tocou era tão apropriada para o momento que eu até paralisei.
Senti o torpor novamente, meu peito dilacerando em milhares de pedaços com a verdade cantada.E eu finalmente fui tomada pela realidade sufocante, desperta dos meus sonhos de forma mais pertubadora e agora é como se eu estivesse distante e sozinha.A verdade é que não tenho mais a quem dedicar versos nem canções, nem risos bobos nem verdades veladas.É como se fosse tudo um engano. Todo esse tempo. Minha covardia chegou ao extremo e eu não tive coragem de admitir, até hoje.
Eu perdi minha hora.Agora, vou tentar me reerguer, juntar os cacos das pontes que levava meu caminho até você. Sairei do escuro e desse ângulo estranho em que enxergava o mundo. Não me fazia bem.Por trás dos olhos, onde as lágrimas não podem lavar a imagem, eu ainda visualizo com detalhes aquela cena, como se fosse minha estação preferida.
Encontrarei meu caminho e me libertarei, mesmo que seja impossível apagar as lembranças.Um dia, recordarei do tempo bom sem dor, sem agonia e mágoa e nesse dia quem sabe vou até poder sorrir pela minha evolução.
Agora, começo a contagem dos dias.