sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Declaração (pessoal).




Eu quero o direito de acordar tarde com os olhos borrados de lápis e não precisar de agua e sabonete pra lavar o rosto e sair de casa (sim! mulher com olhos borrados só perde na beleza pra homens com olhos borrados).




Eu quero o direito de atender telefones e não precisar me identificar e desligar na hora que eu quiser, mesmo que a conversa esteja apenas começando. Quero pular os capítulos chatos dos livros que leio. Quero comer o ultimo pedaço daquilo que eu comia e por descuido caiu no chão.


Quero distancia de todos que me enchem o saco e quero poder dizer isso claramente sem parecer chata nem nada.Quero não precisar dar explicações lógicas para as coisas que faço e (ou) falo. Quero ter o direito de ser louca, pesada, exagerada e no dia seguinte estar feliz e contente sem alterar qualquer percepção que os outros possam ter de mim.




Quero o direito de impedir que me cutuquem pra falar comigo. Ninguém deveria ser invadido nas suas fronteiras físicas, psíquicas ou o que for, sem um prévio acordo.Quero o direito de ser errada e não me culpar por isso. Quero avaliar as minhas regras internas e quebrar todas elas. Quero decidir e voltar a atrás. Quero decidir ficar sem internet, celular, caixa de correio e qualquer outro contato impessoal por um mês e mudar de idéia dois dias depois.Quero poder dizer que não estou mesmo quando meu corpo se faz presente, porque pra mim “estar” não é só fisicamente. Quero não julgar e não ser julgada. Quero amar mais do que eu posso, sem medo e sem rédeas. Quero aprender a amar sem pedir nada em troca, porque eu pensei que soubesse, mas de perto eu ainda nem sei viver sem atenção. Quero fazer tudo que me da prazer, mesmo que eu não saiba.




Quero o direito de poder fazer ballet, gostar de rock, lutar boxe, tocar piano e não ser rotulada, quero o direito de ser inteligênte e bonita. Quero o direito de sofrer em um dia e sorrir no outro, porque minhas oscilações de humor são constantes. Quero ser rica e nunca me esquecer que todas as futilidades do mundo não podem ser substituidas, por família e amor. Quero o direito de ser magra e me empanturrar de chocolate todos os dias da minha tpm e fora dela.






Quero o direito de ser estúpida (adoro essa palavra) e não ferir ninguém por conta disso...




Eu quero tanto tanto tanto , que eu nem sei aonde cabe tanto querer.

A rainha sem coroa

Poderia ser decadente, poderia ser uma mendiga, poderia ser nada. Poderia ser só história ou invenção, mas não é assim.
Ela prefere erguer a cabeça e se chamar de dona do mundo, de filha do dono, ou mãe. Vive de bater cajados para abrir mares, faz milagres e chama a peste sem precisar estar barbada e por baixo da túnica sempre existe uma cinta liga. "É uma rainha diferente".

Pinta-se de preto, veste-se de preto, tem a pele branca e provoca inveja e cobiça. Sai por aí colecionando inimigos, nunca sabe onde está se enfiando e acaba se metendo em problemas sempre. "É uma rainha meio velha".
Gata como qualquer felino, felina como qualquer onça - como gosta de se considerar - e dessa maneira sai arranhando tudo o que cruza seu caminho. Por conta do seu comportamento agressivo torna-se bem difícil manter um relacionamento contínuo com ela.
Um dia você está dentro, outro dia é obrigado a ficar totalmente por fora. "É uma rainha explosiva".

Felinos possuem nove vidas, mas ela só tem 4. O resto ela já gastou com tudo que não é importante pra você, nem pra mim, mas é vital para ela. Passa o tempo maquinando uma melhor maneira de morrer... e não morre de jeito nenhum. "É uma rainha eterna".

Mesmo assim é chorona, fraca, indecisa, hipócrita, carente e solitária. Passa de um lado pro outro arrastando a ponta da espada no chão, mas na hora da batalha ela corre é pro escudo. Fica fugindo da realidade o tempo todo, pinta os olhos porque não tem coragem de olhar face to face para alguém com a cara limpa. "Não é rainha nenhuma".

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Eu quero ser Angelina

Alguém aí me explica: quem resolveu catalogar o mundo? Rotular pessoas? Fazer um manual de vida coletivo que mora no imaginário de cada um? A gente nasce com idéias pré-concebidas e nem se dá conta que mal temos escolhas: existe mulher para casar, mulher para se divertir, mulher para se desejar e a mulher que você tem em casa. Existe a moda do dia-a-dia, underwear, sportwear, streetwear, passeio-completo, esporte-fino, a Daslu, e a lista das dez mais mal-vestidas.
Existe o cara gostoso demais, o bom-partido, o bonzinho demais, o galinha demais, o mentiroso, o sogro que sua mãe pediu a Deus, seu vizinho charmoso e o cara que é o amor da sua vida. Existe o body-splash para o dia, o seu perfume favorito para a noite, o corte de cabelo da estação, as mechas avelã-caramelo-chocolate-doce-de-leite que você vai usar sem nem sentir o gosto. (Nem nenhuma emoção diferente). Existe o point do momento, a praia mais badalada, a celebridade mais comentada, o carro-do-ano, o que está in, o que está out, o que é top, o que virou lata e o eterno vai-e-volta da saia balonê que ninguém entende (nem nunca vai entender). (O luxo de hoje é o lixo da próxima estação, anote na caderneta!) Existe a tatuada-drogada, a patricinha-metida, o bad-boy, o playboy, o bombado, a divina-modelete, o intelectual, a draq-queen, o músico, o viado, a funkeira, a caminhoneira, a marombeira, o senhor dos anéis, a poeta, o bicho-grilo, o Ronaldinho Gaúcho e nossas mães (acima de todas as coisas desse mundo). Existe a gordinha, o neguinho, a branquela, a baixinha, o mala-sem alça, o malandro, a oferecida, a santinha, a maravilhosa, o pivete, a Dasluzete, a ex-mulher-do-jogador, o Brad Pitt e a Angelina Jolie (que além de linda, tatuada e engajada, tem aquela boca, gosta de sangue e facas, carrega filhos de outros continentes, tem tesão por homens casados, beija mulheres e ainda permanece Angelina Jolie). Assim: intocável em sua transgressão. Salve Angelina! Somente Angelina pode ser Angelina. Sem rótulos. Sem estereótipos. (A legenda de "atriz estranha" já saiu de cena há muito tempo).
Se Angelina faz e acontece, porque nós também não podemos? Nem preciso responder. Angelina é Angelina, sinto informar. Nós, pobres mortais que não nascemos Angelina (boca, olhos e holofotes), não podemos vacilar em nossas escolhas, nem optar por nada que não seja extremamente convencional. Não troque de marido que você vira desquitada, não faça mais de uma tatuagem que você é considerada drogada, não adote um bebê do Camboja que seus parentes te deserdam, não mude sua opção sexual que você se torna promíscua, não faça pacto de sangue com facas e sangue que você vai acabar presa (e no grupo de risco). O mundo nos oferece um milhão de opções, mas você tem que achar sua categoria agora, pegar seu crachá e colar sua LOGO para uma melhor identificação quando surgir a crucial pergunta: quem é aquela pessoa ali? É a dura realidade. (Profiles em branco não serão permitidos). Se você descobriu que sua vida não se reduz a meia dúzia de palavras e que não consegue se resumir a uma ou duas categorias catalogadas no manual imaginário da Terra, um abraço... Você não serve para viver no planeta-produto. A saída é pegar sua mochilinha do shopping Oiapoque (mais original que muita gente por aí) e tirar seu time de campo. Você não tem rótulo, não tem identidade, você é um peixe-fora-dágua, benvindo! Se quiser se adaptar, esqueça sua complexidade, suas ambigüidades, pare de pensar e siga as instruções. Você não pode ser morena, cheirosa, fazer o que quiser da vida, ter um leve ar de princesa, lutar Karatê como um homem, amar maquiagem, passar no terceiro lugar no vestibular, ser tatuada e escrever poesia. Não, não pode. Categorias misturadas, ambiguidades inusitadas, carteira apreendida, por favor! Devolva os olhos avelã, o diploma e o cara pra quem você dá, comece a se drogar, pegue sua carterinha "trash", faça mais dez piercings, brigue na rua, só use preto e comece a viver como num clipe do Evanescence (sem a beleza misteriosa da Amy Lee, claro). Você não pode ser moreno, forte, lindo, ganhar rios de dinheiro, ser um poço de charme e ainda gostar de homens. Você é assim? Visto negado. Você vai ser obrigado a gostar de mulheres, ter mau-gosto pra se vestir, ficar mal-informado ou vai acabar com a pele opaca, a conta lisa e nenhum lugar para se divertir. Exagero meu? Um pouco. Sou intensa, exagerada, atrevida, curiosa, doce, ácida, livre, solta, tenho milhões de reticências, gosto de pessoas não-acabadas e não quero ser rotulada.
Me recuso terminantemente a concordar com a existência de um mundo limitado, colocar uma LOGO na testa, parar de escrever, parar de sonhar, ter uma vida morna e parar de falar o que eu penso. E o que penso? Que podemos ser mais. Que temos pré-conceitos demais. Adoramos julgar o outro, rotular o vizinho, sem olhar para dentro de nós mesmos. Não nos sentimos capazes de sermos o que somos. De sermos tudo o que podemos (e queremos). De sentir felicidade plena todos os dias (apesar de sabermos que é difícil, mas não impossível). A sociedade corta nossas asas, nossa criatividade, nossos desejos reais e nos deixa com medo. Medo de não ser aceito. De não ser amado. De não ser compreendido. Medo de ser feliz todo dia e não saber lidar com nosso próprio poder. Medo de não ser feliz nunca e morrer aos poucos. Quer saber? A sociedade não é culpada. (Ela só possui regras e convenções). Nós somos os únicos responsáveis pelo que iremos fazer com as nossas próprias vidas. E aí? Peixes fora dágua sempre acham mares diferentes (e ás vezes turbulentos) para se viver. (E mergulhar fundo). E produtos vivem expostos em prateleiras, têm preço e não correm risco. (O prazo de validade já vem registrado). É uma escolha que depende de cada um. A minha eu já fiz.
Eu quero ser Angelina!!
(pra poder ser o que eu quiser...)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O meu amor, não é seu amor

Sem você, é como se não existisse mais sonho, e o que move a vida são os sonhos. Eu sempre achei que você fosse minha inspiração, mas não, a minha inspiração vem do meu amor.
O meu amor não é seu, o que eu sinto não é seu, o meu amor pode ser por você mas ele continua sendo meu.
Eu não tenho inspiração quando eu não sinto, quando eu não tenho amor, com ou sem você, se eu não tiver amor não dá.
Eu só fui notar agora, o que eu mais amo nessa vida é o amor, EU AMO O AMOR! e isso me completa, é o que me da forças pra encarar/enfrentar tempestades. O amor me faz dormir e acordar tranquila, o amor, não o seu amor,o meu amor me faz entender que um olhar basta, que meio sorriso basta. O meu amor me fez enxergar quantos amores existem em minha volta, e mesmo que você perca o amor do outro, o seu amor NINGUÉM NUNCA vai poder te tirar.
Então assim, nunca estarei sozinha, sempre terei o meu amor.
Tem gente que chama de Deus, Buda, força maior, Bramam, Vishnu e Shiva, Alá.. Eu simplesmente prefiro chamar de AMOR, tudo o que é divino, e tudo que foi criado de belo veio do amor.
Por isso se você já estiver cansado, me avise, eu não estarei sozinha, eu posso suportar a sua ausência, porque ainda sim eu terei o meu amor.